2-Encomendação das almas
3- Bandeira das almas
É Quaresma nas terras de Idanha -a-Nova ....A interioridade trouxe-nos pelo menos a benesse de nos conservar as tradições ... Como diz o nosso povo ,"há sempre um lado positivo em todas as coisas", ou à moda de Idanha -a-Nova ,"nem tudo é mau "! Neste caso,de que hoje falo , foi "atéi bom ".Muitos conhecem as cerimónias Pascais que na Semana Santa se fazem nalgumas regiões de Portugal e que os" média" têm divulgado. As nossas, até os ditos "média" as parecem ignorar . Só, a noite de sábado de Aleluia , já foi alvo de 1 ou 2 pequenas reportagens televisivas que nem sempre deram de nós a melhor imagem . É que na nossa Quaresma nada é encenado ou ensaiado. Os rituais são para nós naturais , passaram de pais para filhos ,ao longo dos séculos . Sabemos que algumas das suas raízes vêem da Idade Média quando os Franciscanos introduziram no ocidente o hábito de representar cenas marcantes da vida de Jesus . No entanto , a forma como todos esse ritos se desenvolvem fazem- nos pensar nos " Mistérios" ( celebrações de factos de relevo da vida dos deuses ) que já egípcios , gregos e romanos haviam realizado na Antiguidade . Esse tipo de manifestações mantiveram-se até à cristianização , passando depois a invocar passagens da vida de Jesus .
Contudo , também aqui não podemos por de parte as tradições de influência Lusitana e Celta ; elas continuam a estar presentes nestas festividades que , igualmente , celebram o fim do tempo escuro ( quaresma - quarentena -expiação-morte ) e a sua passagem para o renascimento da natureza (ressurreição - alegria -vida) . Por último , não devemos ignorar as influências judaicas que , como todos sabemos , estão presentes nas comemorações da Páscoa , isto é do "regresso do cativeiro no Egipto" e o fim da sua caminhada errática pelo deserto , durante 40 anos...
Todavia , não é esse o caminho que hoje pretendo seguir . Hoje trata-se de ouvir o som da "matraca "que substitui o dos sinos nas cerimónias Quaresmais , de Idanha-a-Nova . Ela , esse instrumento feito de madeira com argolas de ferro , "forma mais carregada de luto " no dizer de alguns historiadores , substitui o repicar dos sinos . Estes calar-se-ão, para se voltarem a ouvir quando , em sábado de Aleluia , se proclamar : "Jesus ressuscitou , alegrai-vos "! Aí , então , serão sinos , adufes , banda de música , apitos , "tchocalhos ", búzios (estes também usados no tempo da apanha da azeitona , para reunir ,de manhã cedo , o pessoal !!! ) e tudo o que fizer barulho , soará das mãos e boca dos idanhenses ; primeiro , "Matriz " adentro e depois , dando a volta à vila . Antigamente , também se cobriam , todas as imagens e janelas , de panos roxos que eram retirados nesse momento de explosão de alegria ." Roma " terá proibido tal acto ,segundo me foi dito .
Mas regressemos às quase 7 semanas de Quaresma . De facto , não é só na semana Santa que há celebrações no concelho de Idanha-a-Nova. Elas começam a seguir à 3ª feira gorda , ou seja de Carnaval. .Na 4ªfeira de Cinzas, como o nome o diz , é o dia de lembrar ao homem que "é pó" e como tal deverá penitenciar-se dos excessos anteriores , se quiser salvar a sua alma .Aqui se dá início ao tempo de expurgação que continua logo com diferentes rituais , na 6ª feira ; tal sucede por todo o concelho . Aliás , até à Semana Santa ,as celebrações repartem-se, principalmente , pelos seguintes dias : 3ªs , 6ªs e domingo ; a partir do fim -de -semana em que realiza a procissão dos Passos , há também rituais realizados ao sábado .
Na minha terra , Idanha -a-Nova , logo na primeira 6ª feira se iniciam dois actos de relevo : o" ir ver Nosso Senhor"e a "Encomendação das Almas " . Estes dois actos decorrerão até ao final da Quaresma ,todas as 6ªs feiras . O primeiro passa-se na Igreja da Misericórdia " ,( a mais antiga da vila bem junto ao castelo que os Templários e mestre Gualdim Paes mandaram construir em 1187 ); aí, todas as semanas são expostos , através de imagens , os momentos porque "Jasus " passou até à crucificação . O povo acode , todas as 6ªs feiras ,ao cair da noite ,orando . Bem perto dali , no cimo do castelo ,às 24 horas , sim à meia -noite , e também todas as 6ªs feiras ,se inicia a "Encomendação das Almas " . Mulheres vestidas de preto , à moda tradicional do "estar de luto " , isto é , com .xaile e lenço de merino. saia comprida franzida , blusa ,meias e sapatos ,tudo preto ;homens de capotes com capuz ,estes feitos de burel ; juntos , cantarão hinos suplicantes por alma dos que já partiram . Esperarão que o relógio da "Torre" , ali também "pertelinho" ,bata as 12 badaladas da meia-noite . Então , virados para a nossa terra e para o cemitério ,começarão os seus cânticos" à capela ". Concluirão , rezando e seguirão ,imediatamente , para outro ponto . Em 12 lugares se realiza este ritual , tendo sempre de ser nos pontos mais altos da vila de Idanha -a-Nova .E , se começaram pelo Castelo Templário , irão ,seguidamente , para o Castelo Velho , local onde creio ter existido um castro Lusitano . Farão ,no entanto , uma paragem ,pois a 2ª "encomendação " é junto à porta principal do cemitério que se encontra ao descer da rampa que conduz ao castelo templário .
Entoarão:
« Á porta das almas santas ,
bate Deus a toda a hora ,
o que "querendes mê Jasus"
que "querendes "Vós agora ?
Quero que venhas comigo ,
p'ro santo reino da glória .»
O que originou este ritual ? Está ele ligado ao culto dos mortos ,vindo assim , do início dos tempos ?
Só sei dizer que é arrepiante ! Aquelas vozes , ecoando na calada da noite ainda fria ,creio que tocaram , tocam e tocarão , ontem , hoje e no futuro , no âmago , no sentir mais profundo de qualquer ser humano...
. Quanto às várias terras deste extenso concelho ,seja ele o 2º ou o 3º maior do país , iniciaram também várias cerimónias . Quero , aqui referir algumas , mas meramente , a título de exemplo , como : a "Procissão Corrida " , A "Ladainha dos martírios do Senhor ",o "Terço cantado pelos homens ", A procissão dos Homens" (as mulheres só podem estar a ver passar a procissão tendo candeias ou velas acesas), " A Ceia dos 12 "," O Cântico da Verónica ", "A Via -Sacra ,de mulheres descalças "....
Se curiosidade houver , da parte de quem tiver a paciência de ler o que aqui escrevo , digo que sobre o vasto calendário que constitui a Quaresma por terras de Idanha-a-Nova , há um sítio que contém a sua agenda ; é de seu nome " Mistérios da Páscoa em Idanha 2011 ". Não correrei eu assim , o risco de esquecer nenhuma dessas celebrações .
Regressando a Idanha-a-Nova destacarei também " A Procissão dos Passos " ,com a reconstituição do encontro entre Jesus e Sua Mãe :Esta procissão , antigamente , era muito longa ,percorrendo toda a vila . Faziam-se várias paragens, não só para a reconstituição da caminhada para o Calvário , mas também devido ao peso das imagens . Era pois natural que as pessoas tivessem fome . Por isso , levava-se uma bolsinha com bolos típicos da época e que são , ainda hoje , os "borratchões , os bolos de lête , os esquecidos , os bosquetes e os broas de meli ".; a "bica de azête " que pode substituir o pão , traz-nos à memória o pão usado pelos judeus .
Realizam-se ainda "A Procissão de Domingo de Ramos" e "A Procissão do Enterro " .
Falar-vos-ei desta última ,. Nela , todas as bandeiras têm de ir deitadas em sinal de luto e os homens, que as levam assim como ao esquife do Senhor , têm de cobrir a cabeça com o capuz da " opa" preta que vestem..São os Irmãos da Misericórdia ,uma das várias confrarias que aqui subsistem .. O silêncio em que toda aquela gente caminha ,é tocante ; apenas é interrompido pela marcha fúnebre que a banda (fundada em 1888) toca de quando em quando... Também aqui tudo se passa à noite . As luzes das lanternas e tochas empunhadas pelos irmãos das confrarias assim como das velas dão ao ambiente um peso tristonho... Quando de regresso à Igreja Matriz ,depois de ter saído da Igreja da Misericórdia e feito o percurso que é habitual , surge um outro momento digno de realce---- "A deposição do Senhor no Sepulcro ".
No interior da Matriz , numa capela lateral aí existente , está "armado" o Sepulcro do Senhor . É ele enfeitado com pernadas de loureiro a que se atam ramos com laranjas e, com aquilo a que chamamos "cabeleiras " .Estas são vasos de trigo germinado no escuro( o trigo germinado fica assim quase branco ! ) e enfeitados com pétalas de flores ; contornam , juntamente com ramos de jarros brancos , a cruz negra feita no chão sobre tecido cor-de-rosa ; uma outra cruz que parece sair da que jaze , se eleva em frente ao sepulcro , sendo esta feita com jarros brancos . Mas , não pensem que tudo isto é por acaso ... ,que se podem por outros tipos de flores ou de ramos ...Não , tudo tem um simbolismo . Assim o loureiro simboliza a fertilidade ,a promessa de criação , o Homem novo e , por ser uma planta de folha perene, fala do triunfo da vida sobre a morte ; os jarros brancos são o símbolo universal da criação e por isso são também chamados lírios da paz ; as laranjas significam a imortalidade ,a fecundidade ;o rosa , do pano que cobre o chão ,lembra-nos que o túmulo de Jesus, segundo informações que vêem do séc VII , terá sido pintado com uma mistura de vermelho e branco .Simboliza regeneração ,redenção , tal como as opas , agora vermelhas ,dos Irmãos do Santíssimo que passaram a ser a "guarda " do sepulcro e que estão agora junto a ele .
Quanto ás "cabeleiras" ,pensamos terem origem em influências que remontam ao Egipto e à Pérsia da Antiguidade. No Egipto ,no dia em que se levantava antes do nascer do sol , a estrela Sirius (a nossa estrela da manhã )um sacerdote semeava trigo nas margens do Nilo ; regado pelo rio germinaria . Este era um ritual de regeneração e tinha como fim pedir aos céus o seu auxílio .Na Pérsia , fazia-se a festa do trigo germinado há 3000 anos . Perguntar-me-ão como chegaram a estas terras as influências egípcias ?! Historiadores , como por exemplo Maria da Luz Huffstot , nos afirmam que a Egitânia foi o único território , a Norte do Tejo , onde os cultos orientais penetraram . ..
Assim é pois , toda esta a carga simbólica que se desprende do sepulcro todos os anos preparado por mãos de idanhenses zelozos das suas tradições . Mesmo que lhe desconheçam o significado ou as influências vindas do mais profundo dos tempos ,sabem ,no entanto , quais os elementos que devem pôr na elaboração do"Sepulcro" ,como o sabem em relação a todos os outros rituais... Ano após ano ,de pais para filhos ,tudo o que deve ser colocado no" Sepulcro" , é transmitido . Neste , tal como em todos os outros rituais , os pormenores da sua organização está gravado no coração dos idanhenses. Dos mais idosos tento , por vezes saber o porquê deste ou daquele ritual ; pergunto o porquê de ser feito assim ....Com a sua simplicidade respondem-me : "Já cá o encontremos , dos nossos intigos , assim pous o fazemos !"....
Feita esta explicação , regressemos então à colocação de "Jasus " no Sepulcro ...
A tampa do Sepulcro é pesada ... Após o esquife ter sido aí colocado e feitas as orações , a tampa é deixada cair , ecoando por toda a Igreja ...Ouvem-se vozes , no meio daquele silêncio , dizendo : "Já está " !!! Era aí que eu não continha as lágrimas , quando era criança ... como se , a partir desse momento eu ficasse mais só ... Como se fosse o meu "terminus " ...Ainda hoje , confesso , fico de lágrimas nos olhos....
Sábado de manhã ,se o tempo estiver solarengo , é dia de por os adufes ao sol . Assim eles soarão melhor
quando ,à noite , a ALELUIA aparecer . Então será tempo de , do silêncio de 40 dias passarmos ao barulho estridente que já referi atrás . Mas ,mais ainda haverá . Recordando o renascimento da natureza e o acto partilha , após concluidas as cerimónias , o Sr. Padre dirige-se a sua casa em frente à Igreja acompanhado pelas adufeiras que já vêem cantando . As "alvíssaras " ,ou seja o acto de recompensar por boas novas trazidas , começaram com cânticos , acompanhados pelos adufes ,dentro da Igreja Matriz ;.continuarão depois , como o prova o que descreverei . Aqui fica uma quadra das "alvíssaras "entoadas :
"Já aparceu aleluia ,
quem achou quem acharia ,
foi o senhor vigairo ,
no sacrário de Maria "
Entretanto , a banda que já percorreu a vila , toca aquilo a que chamamos de "Aleluia ", mas que é o hino da Srª do Almotão . Ela , a banda , e todos os que a acompanharam estão de regresso ao Largo do Adro ." Adufêras e Musêcos " entram na casa do Senhor Padre para comerem e beberem... . Depois de os acomodar , o Sr Padre dirige-se à janela... Tem , junto dele, muitos quilos de amêndoas em pequenos pacotes ,dados pelos comerciantes da terra . Frente à casa e já de costas para o edifício da Matriz , o amplo adro está completamente cheio ...O povo espera ,os jovens deliram...Põem-se mesmo "às cochichas " (cavalitas ) uns dos outros ....A alegria é contagiante ... Todos estão felizes e acreditam que essas amêndoas lhes darão sorte !!!É pois , preciso apanhá-las , disputá-las mesmo ...Assim se faz , assim se fará ...
Os pacotes de amêndoas começam a "voar"... e cada um tenta apanhar os que pode ...,assim é com a sorte , ao fim e ao cabo ....
Ali , ao lado , na Praça da República as mesas estão postas ; há vinho pão e "tchouriço " para " partilhar e recompensar " todos . Caso deseje uma recordação , pode adquirir uma caneca de barro para beber o vinho que quiser . Mas se não comprar há sempre um copo ... Cumpre-se a tradição : após o recolhimento é preciso festejar , partilhar ... comendo os "tchouriços " que desde a "matação " se guardaram para esse dia . . A Junta de Freguesia oferece ...Vários restaurantes e cafés fazem o mesmo...Antigamente ,só os rapazes comiam o petisco nas tabernas ... Agora a festa é mais de todos ...e toda a noite se ouvirão os apitos e os "tchocalhos" o búzio ( trazido talvez há séculos por algum idanhense que regressou de fainas marítimas...) enquanto se começa já , como sucedera na Igreja , a cantar à Senhora do Almotão :
Srª do Almotão ,
minha tã linda arraiana
volta as costas a Castela
nã queras ser castelhana ."
Assim se cumprem ,uma vez mais , as tradições " vindas do fundo dos tempos "... Delas , tentei dar uma brevíssima ideia ... Levaria muito tempo se todas quisesse narrar ... Mas comigo há uma esperança : que os mais novos continuem a preservar toda esta riqueza ...Acredito neles ....e que a UNESCO nos anuncie ,brevemente , o reconhecimento de que elas são : .PATRIMÓNIO IMATERIAL DA HUMANIDADE ....
PS---O rituais daQuaresma ,em todo o concelho de Idanha-a-Nova ,são mais de 200...
E continuas a divulgar na perfeição os valores culturais da tua região. Desta vez, além do texto, de excelência pela minúcia com que contas as cerimónias da Quaresma, as ilustrações são soberbas.
ResponderExcluirBem-hajas, Quina!
Continua!
Beijinhos
Magnífico!
ResponderExcluirNão me admira a sua comoção, se até eu - que só li - fiquei de lágrimas nos olhos e coração apertado!
Aquilo que nos contou é de uma riqueza que ultrapassa tudo quanto conheço de rituais quaresmais.
Bem-haja!
Um abraço
Olá, Quina!
ResponderExcluirComo sempre, lá vou aprendendo aqui alguma coisa do que não pude na minha terra. Bem haja!
Não tenho vivências de festas em Salvaterra, nem no Algueirão e como depois vim para Lisboa, a Quaresma em casa,era apenas o trivial. Havia algum recolhimento, nada de música, sexta-feira Santa de fumo no braço ou gravata preta e às 15.00h paragem das máquinas nas oficinas, durante 1 minuto. Filmes, só "O Rei dos Reis" e era esperar pela Aleluia e as amêndoas.
Porém, da minha terra e por ouvir a minha avó e a minha mãe, lá havia o "Sarrar da velha", as "matracas" e a procissão, da qual descreviam com muito ênfase o "Encontro" e a "Varónica" (é assim a pronúncia).
Por me parecer de algum interesse, mas ser algo extenso, em breve colocarei, no meu blogue, um artigo do Diário de Notícias, de 16/2/89, sobre este assunto.
Abraço,
João Celorico
Cata-vento ou Isabel ,creio , bem-hajas pelas tuas palavras . São palavras dessas que me fazem seguir em frente ,porque tanta riqueza creio que não se pode perder ,mas incentivar os mais novos a preservar . Esqueci-me de acrescentar , mas irei fazê-lo que pelo concelho de Idanha-a-Nova são mais de 200 os rituais que se celebram... Como poderia eu descrevê-los ?...
ResponderExcluirMais uma vez ,bem-hajas e , já agora
"vesitas beirãs"
PS- Nunca passei a Páscoa e o Natal longe da minha terra ; espero que assim me suceda até ao fim....
Fátima ,nem sei como agradecer tudo o que me diz . Nunca esquecerei a ajuda que me deu no início do meu blogue ,ao divulgá-lo e até ao ensinar-me a fazer na Net certos passos que eu não sabia .Contribuiu pois ,para que eu possa levar a muitos locais de Portugal e também do mundo o que se passa na minha terra , o que me faz gostar tanto dela e até acabo a fazer-lhe poemas ...Estar-lhe -ei assim sempre grata .
ResponderExcluirAinda bem que gostou da minha descrição que consegui transmitir a emoção que nos trespassa
durante os rituais da nossa Quaresma ..
Um Abraço
João , um beirão , mesmo se ausente ,creio que sentirá sempre alguma emoção ao lembrar alguns destes ritos .Sabe que eles ultrapassam os 200 em todo o concelho ? Fabuloso ,não é ?Irei ler o artigo de que fala no seu blogue . Bem -haja e
ResponderExcluir"Muntas Vesitas "
Olá Quina
ResponderExcluirQue bela narrativa !
A sua terra é mesmo fértil em tradições e, tal como escreve, penso que devem ser preservadas. O seu testemunho é muito valioso mas, não há nada como poder assistir ao vivo às manifestações da etnografia tão rica de algumas regiões do nosso país, seja ela de origem religiosa ou pagã.
Parabéns pela descrição.
Beijinhos
Lourdes
Lourdes , claro que não há como assistir pessoalmente . Quando quiser a minha terra sabe receber ..E só descer um pouco...
ResponderExcluirBem haja pela sua visita
Beijo
Quina
ResponderExcluirMas que narativa, senhora!
Embora nunca tivesse lá estado, assisti daqui, como se na realidade presenciasse todos esses rituais. Fiquei comovida,transporta-nos a estados de alma, que no nosso frenético dia-a-dia desconhecemos.
Bem haja, pelo que nos continua a dar a conhecer da Idanha.
Um beijo
Eduarda
ResponderExcluirBem-haja pelas suas palavras e apoio.Se consegui tudo o que disse ,posso considerar-me uma felizarda ...
Beijo
Olá vesinha Quina! A Quaresma é, quanto a mim, também em Proença, a época de que permanecem vivas mais tradições.
ResponderExcluirNo entanto, devido ao abandono e ao despovoamento que assola muitas das nossas aldeias, algumas dessas actividades correm o risco de se perderem, pela falta de gente para as realizar.
Podem dizer-me que já estão todas gravadas e recolhidas, podem dizer-me que serão classificadas como património imaterial da humanidade, mas quanto a mim perderão toda a sua originalidade e autenticidade se deixar de haver gentes que as realizem com o sentir das nossas gentes.
E sinceramente, pelo menos para o caso de Proença, e para o actual "estado da arte", não antevejo grande futuro.
Continuemos, enquanto pudermos, a dar continuidade às tradições que os nossos antigos nos legaram
Saudações raianas
J. Adolfo
Tem razão , Adolfo , se não houver "um regresso às origens " pela parte de muitos de nós e nossos descendentes difícil será manter seja o que for .... Mesmo em Lisboa , onde ainda continuo , a própria Casa do Concelho ,não lhe auguro grande futuro . Os novos ,como de muitas outras coisas , não querem saber .... No entanto sou optimista , ainda acredito que mais uma vez a lei da História se cumprirá , no que respeita a que " a evolução se faz por saltos " e que esta evolução se faz em espiral e não em linha recta. Não me pregunte como....até porque o economista não sou eu....E que tudo isto está uma grande "trapalhada ",está ; até acho que já não entendo nada .. Resta-me pois , acreditar ,crer que virão tempos mais propícios ...
ResponderExcluirAb
Quina
Quina
ResponderExcluirAs nossas tradições Pascais - Os Mistérios da Páscoa - como ”A ceia dos doze”, “A procissão dos Homens”, “O Sábado de Aleluia” da Idanha e outras exclusividades (penso eu) da nossa terra, quer sejam genuínas ou apenas representações tradicionalistas são parte integrante Património Cultural Imaterial do nosso Concelho de Idanha.
Valorizadas e promovidas, poderão ajudar a diminuir um pouco mais a interioridade a que estão votados os nossos conterrâneos.
Bem-haja pela sua descrição...
...e votos de uma Páscoa Feliz, para si e para os que aqui veem beber da história Idanhense
Ora viva vezinho ! Gosto em vê-lo por cá . Assim as nossas tradições são únicas e eu tento levá-las a outros numa tentativa de quebrar um pouco o ostracismo que nos tem sufocado . Espero que os que nos continuarem não as esqueçam .
ResponderExcluirBem-haja pelos seus votos . Desejo-lhe também , a si e aos seus , uma Boa Páscoa .
Muita investigação, bom post.
ResponderExcluirBem -haja pela "vesita"
ResponderExcluirMuntas vesitas amigo karraio
Por via do "Baságueda" vim aqui para. Em boa hora. Depois deste magnífico texto em que se guarda uma parte da memória do Povo da Raia beirã só tenho a dizer: - Valeu a pena! Hei-de voltar. Bem haja!
ResponderExcluirEu é que agradeço as suas palavras .E a defesa dos nossos valores que me move ,mas o seu blogue também cumpre , primorosamente, essa tarefa . Espero que continue a ler o qur escrevo e a deixar as suas opiniões.
ResponderExcluirBem-haja e muntas vesitas
Quina
Amiga Idanhense sonhadora.
ResponderExcluirPalavras para quê! É um belíssimo trabalho, este albicastrense só pode dar-lhe os parabéns.
Bem haja , vezinho albicastrense.
ResponderExcluirComo at+e á Pascoela se pode dizer "se Possível"
festas felizes
Ola deconhecia este execelente blog. Como Idanhense que sou e co muito orgulho fiquei muito contente por ver que há gente que divulga a nossa terra, por este pais for.!!!!Espero que continue este excelente trabalho, porque sem duvida alguma é de louvar..O meu muito "bem haja" por este magnifico trabalho
ResponderExcluirAmiga "RaKel" , fico muito feliz por ter mais uma idanhense a visitar o meu blog e a elogiá-lo . Partilhamos o muito querer à nossa terra . Continuarei esta divulgação dos muitos valores que possuímos. Quanto a agradecer , sou eu que o faço .... Bem haja pelas suas palavras e espero que continue a visitar-me e a deixar a sua opinião . Termino "à moda " da nossa terra com um
ResponderExcluirMuntas vesitas da
Quina
PS: Sabe , preservar a nossa forma de falar é outra das minhas lutas ,pois não já o meu Professor Lindley Cintra lhe chamava "subdialecto da Beira Interior Sul" . Assim , uso muitas vezes expressões do nosso falar...