de anglicismos como aquele que acabei de usar ,
resolvi lançar aí , três campanhas . Uma para divul-gação dos produtos , de locais de interesse , de restau-
rantes , hotéis e acontecimentos da minha região ;
outra sobre a compra de produtos portugueses ;
e, uma outra em defesa da nossa língua eivada , a
cada segundo, daquilo a que eu chamo «inglesices».
Sabemos que na referida página tudo acontece
muito rapidamente ; daí que com igual prontidão ,
pude verificar os resultados da adesão a cada um
dos temas . Adivinham qual foi o desprezado ?
A defesa da nossa língua ! Pasmem!!!Só
uma alma se interessou pelo assunto... Parti ,nesta luta , do
uso de palavras com que os nossos
eloquentes economistas nos bombardeiam todos
os dias . A maioria dos portugueses , que
são a chamada 3ª idade não os entende
porque «não os deixaram !!!!...
.ir aprender inglês, mandaram-nos trabalhar no duro...»
Mas , não sou eu que faço tal afirmação de ignorância ,
foi uma dessas muitas sondagens feita algures , que nos
declarou com iliteracia económica!
Achava ,doce ilusão a mjnha , que bastava fazermos
como os espanhóis , os franceses e os alemães (fui ve-
rificar ...) ou seja dizermos «spread, rating e outros que-
jandos » em português para que o« povinho» entendesse e
deixasse ,pelo menos a esse nível, de ser iliterado Mas
não , afinal não é a Inglaterra a velha aliada , não é por
causa dela que todos nós sabemos aquela parte do nosso
Hino que diz «...contra os canhões marchar ...» ?!...
Só não sabemos porquê ,mas será que isso interessa?
Parece que não, para quê saber ? Para quê falar
português em Portugal se, até já há quem diga que a
nossa língua vai desaparecer?!Que interessa sermos
umas das línguas mais falada do planeta ?Estaremos
condenados a ser o latim dos tempos actuais ?Já na-
da sei ou antes sei , sei que temos uma língua riquís-
sima , sei que ela foi a matéria -prima com que traba-
lharam grandes escritores deste planeta,sei que vou
continuar a lutar por ela , seja em vernáculo seja nas
suas formas regionais . Assim, e como estamos a
chegar ao dia de Todos os Santos, deixo um escrito
à moda da minha terra ....
POEMA DE MIM PARA TI IDANHA-A - NOVA (12 )
Truz , truz , trás ,trás
Pã por Dês , pã por de Dês
Será que tu nos dás?
Será que pã por Dês
aqui encontrarás ?
Mas quem éi , quem veim lá ?
- Queres partidas ou figos
ou te bato no postigo?!
-Ê cathopos que fazeis
que quereis ?
Atão non sabes , non vês ?!
Queremos passas e laranjas ,
Queremos lindas maçãs,
mai castanhas ;
Queremos romãs
e marmelos,
mas dos belos,amarelos,
e se teveres ma rosca,
inda atão melhor será,
nã sei s'a minha madrinha,
algum'ela me dará .
Mas senã tiveres rosca,
podes mesmo dar-nos bica,
pous tudo é pã de Dês,
com fome a gente nã fica!
É miúdos desgramados ,
tomem lá estes feguinhos,
qu' eu tinha ali guardados
p'ro dia de Sã Martinho.
-Fica tu c'a auga-péi,
ou atéi com a jurpiga ,
nós não bebemos ainda ,
sabes bem com'é que é.
-Mexei -vos daqui p'ra fora,
m'estais aqui a sujer
a entrada cá da casa,
o meu limpinho almiére.
-Nós vamos em boa hora,
mas queremos ora rezar,
por ti e por tês felhinhos,
bem hajas te queremos dar.
Quina Salgueiro , às tradições de
Idanha-a-Nova, 2010
Quina
ResponderExcluirMeu Deus! Isto merece um comentário em duas partes!
1. Infelizmente, o desprezo pela nossa Língua não é de hoje, é de sempre, tirando D. Dinis. Basta vermos que a Academia não tem poder normativo, que são os políticos que decidem sobre o assunto e que qualquer um pode ser dicionarista e incluir, em cada nova edição dos dicionários, os neologismos mais estapafúrdios. Aliás, se nos lembrarmos da aberração que foi o seu dicionário de 2001, não sei se estaríamos melhor se a Academia das Ciências tivesse poderes normativos.
Tenho, no entanto, uma visão diferente quanto ao uso dos anglicismos: eles patenteiam a ignorância alarve de quem os usa porque provam à saciedade que, quem o faz, desconhece o vocabulário mais rudimentar do nosso idioma. Mas tem razão a minha amiga: coitado de quem os não entende!
2. O seu poema. Simplesmente belo! Consegui pôr-me a ver os lugares e a ouvir o falar cantado das gentes raianas. Obrigada por ele.
Um abraço
Fátima :
ResponderExcluirComeço por lhe agradecer as suas palavras .
Quanto ao que diz sobre a nossa tão rica mas, igualmente maltratada língua concordo com a sua análise .Tem toda a razão ao considerar o assunto divido em dois pontos ; tal divisão é mesmo muito bem vista e pertinente .
Um abraço
Quina
Gostei dos versos, ou poema... mesmo escrito à sua maneira... Fotça e coragem, votos sinceros de boa disposição. Desculpe a mousadía... cumprimentos
ResponderExcluirBem -haja pelo seu comentário. A maneira de escrever que utilizo no poema é uma tentativa de dar vida a uma maneira de falar da minha terra , comum no tempo de meus avós e que se não for recolhida , se perderá . Mas,agradeço-lhe imenso as suas palavras e espero que continui a comentar o que escrevo .
ResponderExcluirQuina
Olá Idanhense sonhadora Ainda não tive oportunidade de ler tudo o que escreveu mas do que li até aqui gostei muito.
ResponderExcluirAqui lhe deixo uma dica caso não a conheça. Na minha terra canta-se isto:
O Rosmaninhal se queixa
de não ter moças formosas
ide lá cima á Idanha
onde até as silvas dão rosas.
Conheçe? Um Abraço Carlos Torres
Bem haja pela sua visita e pelas suas palavras , Carlos . A quadra que refere também se canta na Idanha . Espero que seja verdade e , se o não for fisicamente que o seja psiquicamente , que a nossa maneira de estar no mundo e de muito querer à nossa terra e ao nosso concelho , seja digna dessa quadra que o nosso povo nos dedicou . Continue fazendo «vesitas » a este blogue que criei a pensar no nosso concelho e na sua divulgação . Quando o achar oportuno dê as suas dicas , mas também os comentários .
ResponderExcluirSaudações arraianas
Quina